Como viver um relacionamento duradouro
Cibele Fabichak
matéria alternativa
Publicado em 24/09/2010
Pesquisas
mostram o que fortalece o amor
Você já imaginou como
seria conveniente e prático se depois do turbilhão de emoções da paixão, o
piloto automático do romance duradouro fosse ligado e, num céu de brigadeiro
incrivelmente azul e sem nuvens ou turbulências, o tão esperado amor voasse
tranquilamente?
Seria maravilhoso se fosse assim. Mas, como qualquer desafio na
vida, conquistar um relacionamento duradouro exige muita dedicação e
persistência. Vamos conhecer ingredientes
biológicos básicos.
Sexo e o hormônio do amor
Não há dúvida que o sexo
é fundamental para a criação e a manutenção de um vínculo duradouro. Muitos estudos mostram que sexo traz
uma série de benefícios para o casal: melhora a autoestima e o humor, reduz a
depressão, estimula o dar e receber amor e, consequentemente, melhora a vida
conjugal com a aproximação dos parceiros.
Pesquisas também têm indicado
que um hormônio parece ser vital na sustentação de vínculos duradouros: a
oxitocina, chamada de "hormônio do amor". No caso do sexo, ela é
liberada em grandes quantidades durante o orgasmo. A oxitocina, por sua vez,
regula a liberação de outra substância chamada dopamina, responsável pela
sensação de bem-estar, de prazer e de recompensa.
Mapa cerebral amoroso
O centro de prazer e
recompensa e o hipocampo, responsável pela detecção e memorização de novidades,
são áreas cerebrais relacionadas ao vínculo do par em diversos mamíferos ou, no
relacionamento entre pais e filhos.
Os pesquisadores notaram
que casais apaixonados apresentam o mesmo mapa cerebral amoroso que animais
monogâmicos que ficam juntos por toda a vida, como os camundongos do campo, os
cisnes e as raposas cinzentas.
Um estudo
norte-americano da Universidade do Sul da Califórnia, liderado por Robert
Epstein avaliou 30 voluntários de nove países com cinco religiões diferentes.
Ele descobriu que o amor entre os casais aumentou de 4 a 8,5 pontos, numa
escala de 10, em uniões com mais de 19 anos.
Aliados do
relacionamento duradouro
Alguns fatores foram
identificados nesses relacionamentos bem-sucedidos:
·
Comprometimento;
·
Vivenciar, em dupla, situações novas, vibrantes, desafiadoras e
com risco controlado;
·
Cultivar a paixão ou "reapaixonar-se" diversas vezes;
·
Boa comunicação;
·
Celebrar o sucesso do outro;
·
Coragem de se expor;
·
Assumir a própria fragilidade, insegurança e dor;
·
Expressar interesse pelo outro;
·
Compartilhar segredos;
·
Compartilhar alegrias e situações positivas;
·
Predisposição a modificar comportamentos para satisfazer as
necessidades do outro, ou seja, saber ceder;
·
Não exposição a "estressores externos" terríveis, como
guerra ou perda de um filho;
·
Um dos parceiros não é altamente deprimido ou ansioso.
Obviamente, não existem fórmulas milagrosas para transformar
instantaneamente a paixão num vínculo duradouro forte e sólido. Todavia, a associação frequente e
ininterrupta da pessoa amada com a ativação do sistema de recompensa é a chave para manter a química
cerebral dos primeiros momentos da paixão.
Fazer atividades novas, diferentes das usuais, é uma ferramenta
importante para criar e manter funcionando os circuitos
do prazer no cérebro. Viajar,
experimentar diferentes posições na cama, incluir novos objetos no ambiente,
jantar num restaurante diferente, pensar novos planos e desafios com o
parceiro, associam esses novos prazeres à presença do outro. O cérebro aprende
que estar com o outro é ter prazer garantido e, por isso, o desejo e a
excitação continuam presentes por décadas.
Conheça os efeitos da oxitocina, o "hormônio do amor", no
relacionamento de casais.
Laércio Ramon
matéria alternativa
Publicado em 08/01/2011